Cão da Serra da Estrela de pêlo curto. Foto: Manuela Paraíso
Cães da Serra da Estrela de pêlo curto. Foto: Manuela Paraíso
De origens remotas, com relatos escritos da sua presença nos Montes Hermínios na época da ocupação romana, é uma das raças mais antigas da Península Ibérica.
Crê-se que descenda dos antigos mastins do Tibete, que se dispersaram pela Europa dando origem às diversas raças molossóides existentes no Velho Continente, e que ao longo dos séculos tenha sido desenvolvida por forma a adequar-se às necessidades da sua função de guardador de rebanhos na geografia acidentada da Serra da Estrela.
No início do século XX, a variedade de pêlo curto, preferida pelos pastores, era mais populosa do que a de pêlo comprido. Todavia, após o reconhecimento oficial da raça com a publicação do primeiro estalão, em 1934, esta variedade foi gradualmente suscitando o interesse fora do solar, começando a ser criada e disseminada por todo o país, adaptando-se à função de guarda de propriedades. A partir da década de 1980, o Serra de pêlo comprido consolidou-se até se tornar uma das raças com maior número de registos anuais no Clube Português de Canicultura, contrastando com o escasso efectivo de exemplares de pêlo curto – variedade que esteve ameaçada devido ao abandono da actividade da pastorícia, tendo sobrevivido com o contributo de alguns criadores. No entanto, actualmente é uma das três raças caninas utilizadas pelo Grupo Lobo para colocação em rebanhos no Norte do país com vista à protecção dos mesmos, ao abrigo dum programa para a preservação do Lobo Ibérico.
No último quartel do século passado, a variedade de pêlo comprido começou a ser criada no estrangeiro, estando actualmente representada em vários países da Europa e das Américas, onde foram constituídos clubes da raça. Em Portugal, esta variedade está estabilizada com um numeroso efectivo de exemplares – embora muitos dos que se encontram à venda por parte de particulares ou pseudo-criadores tenham baixa qualidade.